sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tunas na Praça: mais um grande espectáculo popular






Quando se pensava que o S. Pedro iria fazer das suas, afinal portou-se bem e deixou que o espectáculo que estava aprazado para a noite do passado sábado fosse feito sem chuva, numa noite que se pode dizer de luxo, como de luxo foi o espectáculo que ali foi presenciado, tendo como protagonistas quatro grupos de gabarito.
Antes, porém, ao cair da tarde, os grupos convidados para actuarem na noite festiva, foram mimoseados com um jantar bem forte, para que as suas vozes e a sua condição física estivessem à altura na actuação que ia seguir-se. O casal Pedro Paulo e Joaninha, de Vila Nova do Ceira, souberam confeccionar um bom porquinho no espeto, com arroz a condizer, bem como boa pinga para os que puderam beber e sumos, água para os mais novos, não faltando a fruta.
Se a Fonte de Amandos serviu de cenário para o aconchego dos estômagos, foi a Praça Simões Dias, passados momentos, o palco ideal para a noite maravilhosa que ia seguir-se.
E com a Tuna Popular de Arganil e a Tuna Mouronhensea subirem conjuntamente ao palco, foram distribuídas lembranças, na presença de representantes das autarquias locais – Câmara e Junta de Freguesia.
Certamente que a entrada das duas Tunas em palco causou alguma surpresa aos espectadores. Mas o presidente da Tuna anfitriã, José Moreira Castanheira, viria a explicar o motivo. É que, há um ano, na ida ao Luxemburgo, as duas Tunas actuaram juntas e pelo sucesso obtido vinham ali novamente pôr em prática essa experiência. E tão gratificante foi a actuação conjunta da Tuna Popular de Arganil e da Tuna Mouronhense, que a assistência, que enchia a Praça, não regateou os seus aplausos quentes e fortes, dando a entender, com tais gestos de expansiva alegria, que foi extremamente aceite esta expe-
riência; e, por conseguinte, é caso para dizer que as duas Tunas podem continuar com esta experiência, cujo intercâmbio é sempre salutar e rico em termos culturais e de convivências entre comunidades.
As palavras do presidente da Câmara, eng. Ricardo Pereira Alves, foram de incentivo e de agradecimento ao grau musical que foram patenteados, salientando que é uma riqueza para um concelho, para uma vila como a de Arganil, ter no seu seio grupos com esta qualidade e agradeceu a todos que vão fazendo pela cultura musical, com a qual enriquecem as próprias comunidades e enriquecem a sua maneira de ser. Por isso, deixou o seu apreço à Tuna Popular de Arganil por esta iniciativa que é sempre motivo de festa em qualquer lugar onde actue.
Há que deixar também duas palavras de muita estima e consideração aos dois maestros Fernando Silva e Tiago Mateus. Se um já vem de longe com uma carga musical bastante vincada, o outro, um jovem com talento, ambos não deixam ficar mal as hostes arganilenses onde quer que se encontrem e actuam.
Parabéns pelo trabalho que vão fazendo e desenvolvendo, enriquecendo assim as instituições onde estão inseridos.
Depois, seria o eng. Eduardo José Simões Gonçalves, responsável pela Tuna de Cantares Alva e Açor, de Côja, e na qualidade de convidado, a ler uma poesia de sua autoria, escritas propositadamente à Tuna de Arganil para aquele espectáculo. Ora leiam: Soltam-se os compassos / Acordes no ar / Momentos, espaços / De saborear. Toca o violino / E o acordeão / E outros num hino / Aqui ao serão. Neste seu tocar / As vozes abraça / E a vila a escutar / A Tuna na Praça.
Depois foi a actuação da Tuna Cantares de Avô. Ainda jovem, mas com uma mistura de gente (masculina e feminina) nova e menos nova, demonstrou que vai longe, porque o seu comportamento artístico deixou impressões bastante positivas, tanto mais tendo à sua frente um maestro bastante jovem.
Em relação à «Vitis Tuna – Tuna Mista da Escola Superior Agrária de Coimbra, não podia o espectáculo acabar de forma tão alegre e irreverente, que mesmo passando quase para lá de meia-noite, o entusiasmo continuava de forma alegre e contagiante.
Foi uma noite maravilhosa de arte musical, que os arganilenses, e muito bem, já se vão habituando de forma positiva a estas noites animadas, onde a crise passa ao lado.

JOSÉ T. DE VASCONCELOS

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